quinta-feira, 22 de outubro de 2009

JÓ 1:9-12 "O que mais eu temia me aconteceu"


Embora o Diabo aqui esteja fazendo seu mister, que é o de perverter todo o bem, acusando falsamente a Jó, como se este fosse um hipócrita, sem embargo, ele descobre o mal que existe voluntariamente nos homens, ao qual somos inclinados por natureza. Pois, como é astuto e velhaco, sabe bem de que lado nos atacar. Reparemos então que aqui o diabo revela um vício pelo qual estamos todos manchados até que Deus nos cure dele por sua graça: isto é, que nos períodos de prosperidade conseguimos bendizer a Deus. Contudo, se esse nos aflige, mudamos a conversa e então começamos a murmurar contra ele, esquecendo-nos de todo o louvor que lhe atribuíamos enquanto nos tratava segundo nosso desejo. Desta forma, há muitos hipócritas que só são conhecidos e descobertos quando Deus os aflige. Porque, enquanto estão na comodidade e no descanso, não demonstram a rebelião que neles há, ela fica oculta. Eis por que as Escrituras nos mostram com tanta freqüência que Deus prova os seus, examinando-os por meio das aflições, colocando-os na fornalha qual ouro, não apenas para serem purgados, mas também para serem conhecidos (1 Pd 1.7). Pois as aflições têm duas utilidades: uma delas, mortificar Deus os vícios que existem em nós. Quando ele nos aflige, somos domados, ele manda que nos retiremos deste mundo e que não sejamos dados às nossas volúpias e delícias carnais. A outra é que, tal como na fornalha o ouro é provado, para que se conheça se há escória, assim também Deus revela o que nós somos ao nos atribular. Porque os homens não conhecem a si próprios antes de serem assim provados. Antes de havermos passado pela peneira, temos a impressão de que tememos a Deus, de que não há o que censurar em nós; não obstante, há as imperfeições que nos são desconhecidas. Ele no-las revela, ele faz com que a sintamos quando envia alguma angústia, algum desgosto, e então percebemos qual é a nossa fraqueza.

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