segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Caminhoneiros são Importantes para Deus? - Paul Rude

A entrevista que passava no rádio do meu carro era bastante padrão. O apresentador de um programa cristão estava entrevistando um astro da música cristã muito popular — algo que não me interessava muito enquanto eu dirigia pela rodovia. Mas então a discussão entrou no tópico de servir ao Senhor no ministério.  O músico contou a todos os ouvintes como seu irmão havia sido um caminhoneiro, mas abandonou o trabalho para servir ao Senhor como pastor assistente. Isso atraiu uma calorosa afirmação do apresentador, que estava na verdade rindo da comparativa insignificância de ser caminhoneiro. O astro musical então contou suas palavras congratulatórias a seu irmão: “Eu sempre soube que havia mais em você do que ser um caminhoneiro.”
Há 3.2 milhões de caminhoneiros nos Estados Unidos.
Eu desliguei a entrevista e dirigi silenciosamente pela rodovia, imaginando: O que estão sentindo agora os caminhoneiros que ouviram isso? Um superastro cristão acaba de sugerir que 3.2 milhões de caminhoneiros são menos significantes do que pastores assistentes.
Uma massiva questão agora paira no ar — uma questão com profundas implicações para a significância de sua vida e vocação: Os caminhoneiros — os mesmos caminhoneiros que transportam nossa comida, nossas roupas, nossos materiais de construção, e nossos sistemas de som da igreja — menos significantes para Deus?
Definitivamente, a única medida real de significância é o quanto algo ou alguém é valorizado por Deus. Mas muitas pessoas por engano creem que Deus só valoriza trabalho ministerial, porque lida com almas eternas. Em suas mentes, o ministério é o único trabalho que conta para a eternidade. Assumem que Deus atribui pouco valor no trabalho que lida com coisas temporais do dia-a-dia, se é que atribui algum valor. A posição implícita de nossas vocações é óbvia. Além disso, quando alguém que sustenta essa posição não tem cuidado com as palavras, soa como se estivesse aplicando aquela mesma posição ao valor individual de cada pessoa para Deus. Nosso superastro provavelmente não quis sugerir que caminhoneiros sejam menos significantes para Deus, mas foi isso que muitos de nós ouvimos.
Chamado Superior?
Eu já ouvi centenas de testemunhos similares em seminários, conferências e igrejas por todo o continente. Você provavelmente também já ouviu. Missionários, pastores, e membros de equipes de salvamento elevam-se e nos contam sobre o salto de quase toda profissão imaginável. Eles responderam ao “chamado superior” do ministério de tempo integral. Eles abandonam seus empregos no mercado para fazer algo significativo — algo “para o Senhor.” Enquanto isso, todo o resto do mundo, a mão de obra remanescente, olha para o alto a partir de um banco de igreja e ouve as histórias — histórias frequentemente ornamentada com o desprezo ao antigo trabalho “sem sentido” do orador.
Os públicos às vezes afirmarão a decisão do orador de saltar “do sucesso ao significado”  oferecendo um “Amém!” ou “Aleluia!” Eles podem até mesmo dar ao orador uma salva de palmas. Mas o que o caminhoneiro — aquele sentado em silêncio nove bancos atrás, o terceiro da esquerda — está sentindo naquele momento? E o piedoso contador, o engenheiro, o vendedor de varejo, o gerente bancário, e todas as outras pessoas que levantarão cedo na manhã seguinte se dedicarão a trabalhos iguaizinhos ao que o orador renunciou — o que todos eles devem sentir naquele momento?
Eles me contaram. Eu ouvi sua frustração, suas histórias não reconhecidas, e às vezes seu desespero. Sabe, eu já fui aquele orador — aquele em pé no palco recebendo os aplausos. Eu sou um ex-diretor financeiro que se tornou um missionário e então de alguma maneira acabou fazendo palestras públicas também. Sempre que eu falo, eu fico mais um tempo depois e converso com indivíduos da plateia sobre suas questões e preocupações específicas. Como resultado, eu tive incontáveis conversas com pessoas buscando uma resposta para a questão do significado. Eles sentam naqueles bancos e imaginam: Eu perdi meu chamado na vida? O trabalho da minha vida é insignificante para Deus? O ministério é a única maneira de impactar a eternidade? Às vezes eles olham para baixo em resignação e culpa — culpa vocacional. Mas essa culpa é uma mentira.
A Belíssima Verdade
A verdade é belíssima. A verdade é que o trabalho comum, diário, terreno da vida cristã possui um significado de tirar o fôlego outorgado pelo toque da magnífica glória de Deus. Deus tira a ardente eternidade fundida da forja de sua soberania. Depois, como um mestre a seu aprendiz, ele confia o martelo às nossas mãos (Eclesiastes 9:10; Colossenses 3:17, 23; 1 Coríntios 10:31; 2 Tessalonicenses 3:6-12). Ele diz: “Bata! Bata bem aqui. Este é o seu lugar. É aqui que eu quero que você influencie a eternidade. Viva a vida que eu lhe dei para viver.” E então, em balbuciante reverência, nós tomamos o martelo. Nós vivemos nossas vidas — nossas comuns, diárias e árduas vidas. O martelo cai. Faíscas voam. A eternidade dobra, e o Mestre está satisfeito (Mateus 25:21).
Deus, o Criador do universo, destina nossas vidas diárias para fazer uma diferença? Isso aí. Filtros de combustível, declarações de imposto de renda, roupa suja, e churrasco gaúcho são importantes para ele? É isso aí (especialmente churrasco gaúcho). Uma vida como um engenheiro, um florista, ou um corretor de imóveis guiados pelo evangelho pode ser tão significante para Deus quanto a vida de um pastor, um missionário ou um salva-vidas humanitário? Com certeza.
Há algo massivo acontecendo aqui — a épica história cósmica de Deus — e nós estamos bem no meio dela. Ele sabe o seu nome e o meu. Ele deu a cada um de nós uma vida para viver — uma vida comum e diária — um lugar particular para que nós moldemos a eternidade (Filipenses 1:27; Colossenses 1:10; 1 Tessalonicenses 2:12; 4:11; 2 Tessalonicenses 3:6-12).
Você e eu olhamos para nossas vidas ordinárias e pensamos: “Sério? Isso deveria ser épico?” Mas o Mestre se agrada dela. Ele forja sua obra prima com ela. E quando virmos o que ele fez com ela, ficaremos surpresos (1 Coríntios 2:9). Vai emocionar as almas dos homens, deslumbrar os anjos, agradar o coração de Deus, e glorificar seu nome. Para sempre.

Este excerto foi adaptado do novo livro de Paul Rude Significant Work: Discover the Extraordinary Worth of What You Do Every Day (Trabalho Significativo: Descubra o Valor Extraordinário do que Você Faz Diariamente) (Everyday Significance, 2013).
Paul Rude é consultor ministerial, palestrante, e fundador da Everyday Significance, uma organização dedicada a ajudar as pessoas a conectar a fé cristocêntrica ao dia-a-dia. Antes de fundar a Everyday Significance, Paul passou oito anos trabalhando em missões como líder de ministério. Antes disso, ele passou uma década na adrenalina no mercado corporativo da Fortune 500 — e adorava. Quando ele não está palestrando ou consultando, você pode encontrá-lo passeando de jangada ou escalando montanhas. Paul vive na região rural do Alaska com sua esposa e seus cinco filhos.
Por: Paul Rude. Copyright © 2013 The Gospel Coalition, Inc. Todos os direitos reservados. Original: http://thegospelcoalition.org/blogs/tgc/2013/01/15/do-truck-drivers-matter-to-god/


domingo, 27 de janeiro de 2013

Soberania e Salvação (sermão inédito de C.H.Spurgeon)

 nº 60

Um sermão pregado na manhã do Domingo, 6 de Janeiro, 1856

por Charles Haddon Spurgeon

Na Capela de New Park Street, Southwark, Londres.



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“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra, porque eu sou Deus, e não há outro.” Isaías 45:22.

Há seis anos atrás, quase nesta mesma hora do dia, me encontrava “em fel de amargura e em laços de iniquidade.” Contudo, pela graça divina, já tinha sido conduzido a sentir a amargura dessa servidão, e a clamar em razão da maldade dessa escravidão. Buscando o descanso sem encontrá-lo, entrei na casa de Deus e me sentei ali, temendo que, se levantasse o olhar, poderia ser cortado e consumido completamente por Sua severa ira. O ministro subiu ao púlpito e, da mesma forma como acabo de fazer, leu este texto: “Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra, porque eu sou Deus, e não há outro.” Eu olhei no mesmo instante e a graça da fé me foi outorgada ali; e agora creio que posso afirmar verdadeiramente:

“Desde que pela fé vi a torrente,
Que é alimentada por Suas feridas sangrentas,
O amor redentor foi meu tema,
E assim será até que morra.”



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FONTE: Projeto Spurgeon - Proclamando a Cristo Crucificado

Precisamos de Avivamento - Nelson Ávila






FONTE: Audível O Áudio Blog do Cristão Reformado

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Davi Charles Gomes - Qual a diferença entre a punição e a disciplina divinas ?

A quem é que Deus pune, e a quem é que Ele disciplina? Qual a diferença entre a punição e a disciplina?  No vídeo abaixo (2 min.), Davi Charles Gomes resume rapidamente a diferença dos dois.

 

Disciplinados, sim; amaldiçoados, não! 

A diferença explicada no vídeo é crucial, principalmente tendo em vista a ideia, dissiminada pela horrível teologia da prosperidade, de que um crente pode ser amaldiçoado. Não há sequer um vversículo que afirme isso, mas somos lembrados que, em Cristo, somos plenamente aceitos por Deus e que somos abençoados, pois Cristo tomou a nossa maldição:
De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão. Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro) (Gl 3:9-13)
Sendo assim, quando estamos passando por alguma dificuldade ou provação, não estamos sendo amaldiçoados por Deus. Deus nunca estará contra nós se estamos em Cristo. Pode ser que Deus esteja nos disciplinando por algum pecado em nossa vida, conforme nos ensina Hebreus 12. Pode ser que a tribulação tenha outro motivo. Mas em toda situação da vida, “sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28).
Por Davi Charles Gomes. © IPP. Website: ippaulistana.org

Leia mais: Voltemos ao Evangelho

FONTE: V E